segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sobre nós etc & tal. (Parte II - B)

Muitas vezes estes jovens percorrem o caminho do gado, que transfere desde a muito tempo, o espaço urbano e rural do município para outra interação regional de demanda.
Ao atender os interesses capitalistas externos e internos acontece modificações das relações de produção no campo, dificultando o acesso à terra, e incrementando a migração e o êxodo rural.
Esta falta de pessoal capacitado não atrai capital para o setor primário e não gera renda agropecuária significativa, e dessa forma acelera o êxodo rural em seu segundo estágio que é a vinda para a cidade e desta para outra de maior porte.
A falta de urbanização e de mão-de-obra capacitada é o principal fator de transformação do capital agropecuário para o industrial.
Após criarem a figura do gaúcho do "Pampa", da campanha; fronteira com o Uruguai, nos anos das políticas positivistas, delimitaram sua área de atuação, numa região de entre rios (Jacui no RS e Rio Negro no Uruguai). Atualmente, nós , numa dita fronteira que com o processo de globalização, não sei, até quando esta fronteira continuara como está, visto que é necessário já uma rediscussão a respeito do que é fronteira atualmente, e onde está nossa identidade, se no Brasil, no Uruguai ou entre os dois países. Visto que entre os dois países as identidades gauchescas de língua, costumes culturais e econômicas são idênticas na pobreza (a metade de sul do RS e o norte do Uruguai)
A raça está jogando o jogo das cadeiras. Se você nunca jogou o jogo das cadeiras, explico: Começa-se com doze pessoas e onze cadeiras. As cadeiras são colocadas em círculo. Uma música e os jogadores caminham ao redor das cadeiras até que de súbito, a música pára. Então, todos tentam sentar, mas é claro, sempre fica um sobrando. Quem fica parado, fica fora do jogo e os demais seguem jogando com uma cadeira a menos.
No jogo global das cadeiras, há mais jogadores que países. Quando começa a música, os jogadores vão ao redor do mundo e quando pára a música, alguns ficam sobrando. Por exemplo Os Curdos (que ficam entre o Iraque, Irão e Turquia); os Palestinos (que estão entre Israel, Egito e Jordânia); e por que não dizer daqui uns anos os Gaúchos (que ficaram entre o Brasil, Uruguai e Argentina).
Há gente que acaba apátrida, e alguns até acabam em melhores situações. Muitos imigrantes se sentem fora do lugar em novos lares. Normalmente adaptar-se leva uma geração. E, às vezes, sua nova terra não quer que eles se adaptem.
Tem gente que fala: No futuro não haverá países. E outros contestam: Não é verdade. O número de países dobrará.
O primeiro fala: O passo acelerado das migrações, dos mercados comuns, da globalização New Liberal, junto com os avanços nos transportes e comunicações fazem com que as divisões artificiais e arbitrárias que chamamos "fronteiras" vão desaparecer.
O segundo contesta: O ressurgimento do Nacionalismo está criando novas fronteiras e novos espaços. E as pessoas não estão preparadas para mudanças bruscas. Ao invés de irem para a frente, voltam para atrás querendo recuperar 50 anos de História perdida.
Talvez ao olhar para trás, para a herança perdida, na verdade estejam olhando para frente. Talvez haja uma explosão de países. Cada região cultural terá, pelo menos, um. E, eventualmente, haverá tantos e serão tão pequenos que não parecerão países. Haverá muitos e serão micro-poderes.
E, nesse mundo de micro-poderes, ao invés de estarmos separados ou unidos pela geografia, etnogenia ou pela cor da nossa pele, estaremos undidos por culturas. Às vezes, serão culturas tradicionais (unidos por idiomas e religião) e às vezes serão culturas menos tradicionais (unidos por gestos, músicas ou por computadores)Ou pela água?. Não se formarão alianças baseadas na nacionalidade. As alianças se formarão baseadas em coisas que nos importam pessoalmente. É o personalismo do capitalismo dentro do nacionalismo.
Os cristãos foram excluidos do Império Romano, os bárbaros também, foram excluidos. Porém, conseguiram transformar as sociedades forjando novas relações e inserindo-se nelas como cidadãos plenos. Até quando os trabalhadores da nossa região serão exluidos pelo sistema imposto da sua cidadania?
O desequilibrio social, atualmente é tão grande (metade da população é de pobres e um terço é de miseráveis), que afetará a construção da nacionalidade e, ao se ampliar a distância entre ricos e pobres, estará, também, bloqueando o desenvolvimento da cidadania; os sentimentos de identidade, igualdade e solidariedade que devariam ser compartilhados pelos membros de uma nação, com base no passado (heróis, mitos e positivismos). Vão resultar numa generalizada perspectiva, nesta ordem:primeiro, o empobrecimento;segundo, a exclusão (migração); terceiro, a explosão de ressentimento; e quarto a violência e a desordem social vão tomar conta.
Nesta descriminação social, entre ricos e pobres, afeta, ainda, a retomada do crescimento econômico, já que a pobreza bloqueia os avanços da terceira revolução industrial, o baixo grau de instrução da população dificulta a difusão das novas tecnologias; a enorme massa de excluídos não favorece a ampliação da produção e do consumo; a exclusão leva ao desinteresse e a pequena participação dos trabalhadores nos seus mercados de negociações da venda de seu produto, ou seja, a venda da mão-de-obra pelos seus sindicatos. Atualmente, e pela automação em grande escala, produto reflexo da globalização da 3ª Revolução Industrial, a mão-de-obra barata do sul do RS, ficou sem relevância e não terá comprador.

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