terça-feira, 28 de julho de 2009

Sobre nós etc & tal. (Parte III)

A esta altura, é preciso recordar que a chamada terceira revolução industrial aponta para a globalização da sociedade e da economia global, mas, aponta, também, para suas contra-faces: a fragmentação e a exclusão em nível planetário, desenvolvendo três processos simultâneos e interagentes.
O Primeiro busca a internacionalização do território e o enfraquecimento da soberania nacional. A generalização das trocas de produtos materiais ou culturais parece aproximar todos os lugares em um processo de globalização geográfica.
O Segundo demostra que a economia multipolar (ou economia dos grandes blocos), as questões ecológicas, a União Européia e o NAFTA, a desunião e os antagonismos entre as repúblicas do bloco ex-soviético, os crescentes confrontos Norte-Sul (como no caso das migrações), se bem que relacionados ao processo de globalização em uma escala, apontam para um processo de fragmentação, reforçado pelas reivindicações etno-regionais que evidenciam, cada uma à sua maneira, identidades coletivas em busca da autonomia.
Um outro processo, interligado aos anteriores, é o de exclusão. A mundialização da economia (ou globalização), ao mesmo tempo que abre caminho para a unificação de um parte da humanidade, leva à pobreza a maior parte dos habitantes da Terra. Além dos que são excluídos da cidadania pelo sistema, estão aqueles que são deixados de lado em virtude de sua origem étnica, além de suas entidades culturais e, até mesmo, de acordo com o sexo. Por esses motivos, a metade pobre do RS, deverá buscar o seu espaço, a sua boa relação e seus avanços no mercado de trabalho. Correndo o risco de esvaziar-se3 no seu empobrecimento de Identidade e de Cidadania na atual fase do capitalismo. Para que tais como cristãos e bárbaros ressurga das cinzas, que outrora foi o celeiro do Brasil.
Se compararmos o nosso peão cam-p0peiro da campanha gaúcha e o ex-escravo no nordeste, vamos encontrar algo de semelhante, qual seja:ambos perderam sua identidade. Macanudo Taurino, que é uma figura criada pelo chargista Santiago, e que conta a vida do peão comum da região da campanha, reagindo frente às coisas do mundo moderno, reclama a sua identidade perdida. Podemos ainda fazer algumas comparações entre o velho e o novo nordeste (novo sub entendem-se pela campanha gaúcha). Os Portugueses que vinham para o Brasil recebiam do governo da corte grandes extensões de terras para serem cultivadas. Foi aí que surgiram os latifúndios de cana-de-açúcar no nordeste e o da carne (gado,ovelha) no sul. Fundamentados e impulsionados no processo histórico pelas facilidades climáticas, relevo etc. O trabalho era feito pelo escravgo, tanto no engenho como na charqueada. O açúcar-de-cana era produzido, também, no Brasil e era levado para a zona de mineração e, mais tarde a carne enlatada, também, era levada para a Europa.
A produção e a venda dessas mercadorias davam grandes lucros. No entanto, esses lucros não beneficiavam a maioria da população, pois ficavam apenas com os senhores de engenho ou com os grandes fazendeiros, que eram os donos de tudo, assim, desde o início deste processo colonizadores formaram-se dois grupos sociais bem diferentes: o dos ricos e o da maioria pobre da população.
Por não receberem ou receberem muito pouco pagamento pelo trabalho que faziam, os escravos e os peões não tinham dinheiro e , por isso, não podiam comprar nada. Não havendo consumidores, os senhores de engenho e os fazendeiros não aplicavam seus lucros em outras atividades econômicas, pois não tinham para quem vender os produtos que viessem a produzir. Eles gastavam seu dinheiro comprando na Europa ou nas capitais estaduais tudo aquilo de que precisavam. Portanto, a cana-de-açúcar e o charque não permitiram o desenvolvimento do Brasil ou da campanha gaúcha, mas apenas o enriquecimento dos grandes propietários de terras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário