O Tradicionalismo no Rio Grande do Sul, foi a grande ponte do regionalismo gaúcho para a fixação de uma manifestação de identidade de base territorial para os Republicanos/Liberais rio-grandensesna unidade regional no final do séc. XIX. Isto é possível ver quando as primeiras entidades tradicionalistas Gaúchas surgem na República:a primeira, o Grêmio Gaúcho de Porto Alegre, de 1898, fora fundada pelos republicanos e positivistas, entre eles, João Cezimbra Jacques.
Os positivistas da época, com seus símbolos, hinos, monumentos e bandeiras, e toda a sua simbologia do sistema político, na formação das almas do imaginário da República no Brasil.Então, dirigida por oligarquías caudilheiras afastava o povo das ondas revolucíonárias dessa época no Brasil e no RS, mais ainda. Porém, incentivavam a produção literária regional enfatizando a originalidade do Rs e seu papel de destaque na Federação brasileira.
O tradicionalismo passaria por avanços e recuos até que, no final da década de 1940, época em que o Rio Grande era o celeiro do Brasil. Surgiu o primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG), agora evoluindo de modo mais autônomo em relação ao Estado e as elites regionais.Desde então, o tradicionalismo, tornou-se uma cultura de massas no Estado e mesmo fora dele, nas áreas de imigrações gaúchas.
Contudo, apesar da maior autonomia do movimento tradicionalista, e mesmo nos períodos centralizadores e autoritários da vida política nacional, a construção ideológica da Identidade gaúcha continuou, na campanha, até hoje as manifestações positivistas ortodoxas, retrógradas e centralizadoras para a atualidade, barram os avanços sociais e condundem uma verdadeira identidade gaúcha, continuando como orfão das lideranças que sempre foi. Tendo como exemplo a palavra gaúcho que é o termo Quéchua, que significa orfão e deixa de lado outra palavra, também, da mesma origem que é auracana que significa esperto e astuto.
Estas manifestações de intelectuais atrasados, que se apoiam em elementos da realidade e elaboram uma perspectiva da classe dominante, para a qual eles trabalham. Na visão geral é um sistema ideológico que envolve o cidadão, fazendo com que ele aceite esses fatos como naturais, sem importância e inquestionáveis.
De tal forma, concluimos que o ideário gaúcho foi algo construído. E como no diz Gramsci e outros autores, ele não é absolutamente irreal, ele está baseado em fatos existentes, mas foi elaborado segundo os interesses da classe dominante. Desta forma a nossa identidade romântica foi construida e mais exclui do que inclui.
O discurso de identidade do Brasil hoje em dia confunde mais ainda quem é gaúcho ou não. Nos anos 70, os programas incentivadores do milagre econômico para a expansão da cultura exportadora da soja, expandiu a migração aventureira dos nortistas do RS, para áreas de solos ácidos e de clima tropical nos cerrados do Brasil Central. Não só os do norte do RS, como o resto da região sul do Brasil (Santa Catarina e Paraná), partiram nesta diáspora, criando novos municípios, buscando exercer o seu poder político e econômico, deixando de lado, então, o verdadeiro gaúcho, transpondo esta identidade para toda a região sul, já que os típicos gaúchos criados pelos manipuladores maquiavélicos para a defesa do positivismo eram o gaúcho do espaço do Pampa ou campanha gaúcha, na área fronteiriça do RS com o Uruguai e Argentina, onde viviam os pecuaristas donos do estado até 1940, descendentes de portugueses, índigenas e espanhóis, herdeiros de grandes concessões coloniais e propietários de grandes latifúndios.
Na bagagem desta caravana de identidade é carregado a milhares de kilómetros a difusão dos CTGs (Centros de Tradições Gaúchas) e Igreja Luterana, esta bagagem religiosa é típica das expansões capitalistas dos Anglo-Saxões, quando do período colonialista.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho é considerado hoje um dos movimentos culturais mais organizados e dinâmicos, com cerca de 2 milhões de filiados e centros inclusive, fora do país, em cidades com razoável número de imigrantes sulistas, como Loa Angeles, Nova York, Londres e Osaka. Já há quem ouse falar em nação gaúcha.
As migrações são um mecanismo de ajuste destinado a eliminar os desequilibrios entre regiões ou setores econômicos onde haja excedentes de mão-de-obra e aqueles onde haja falta. Seriam fluxos entre áreas. Fruto das diferenças entre as áreas, as migrações conduziriam à eliminação das diferenças, quer dizer, as migrações seriam resultado dos desequilíbrios socioeconômicos no espaço e, ao mesmo tempo, atuariam como fator de correção desses desequilíbrios.
Desta forma a Identidade do Sul do RS, como os do Norte do Estado estão a se esvaziar nesta rede migratória. Os do Sul, por falta de investimentos, são obrigados a sair de seu espaço por falta de investimentos das elites pecuaristas e os do norte, também, são obrigados a partir por haver excesso de pessoal em uma determinada área.
A falta de decisão política de investimento esta criando na identidade gaúcha, uma massa de expatriados e auto asilados sociais, em busca de dias melhores.
Neste novo desenho espacial das migrações no mundo Liberal, duas são as questões da produção:concentração capitalista e mercado consumidor. Infelizmente a Metade Sul do RS não possui nem um, nem outro.
domingo, 26 de julho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário